100 dias de gratidão
“Troque um pensamento crítico por um pensamento de gratidão”
Era para ser uma provocação ou um aforismo que guardamos no bolso. A mensagem penetrou como uma lança e partir dela iniciei uma nova jornada. Pesquisas acadêmicas sobre gratidão e termos correlatos não supriram a curiosidade e a vida queria mais.
Nos quatro cantos do mundo, descobrimos aventuras de pessoas que passam a agradecer com afinco e algumas registram motivos a agradecer durante alguns períodos. Embarquei no desafio de registar durante 100 dias seguidos algo a agradecer. Todos os motivos valiam e seriam bem-vindos, melhor então se cada dia fosse um novo. Marquei o despertador para 22h (por via das dúvidas a tecnologia pode funcionar como gatilho) e providenciei um caderninho à moda antiga. Cada dia um motivo diferente e a experiência começou.
A rotina passou a ter um novo sabor. Gratidão óbvia e não menos sentida, foi uma delícia agradecer pela vida, pela família, pelo trabalho, pelo alimento do dia… Até que acabaram os motivos óbvios e a vivência começou de verdade.
A essa altura o hábito já estava instalado e quando soavam as 22 badaladas lá estávamos com o caderninho em punhos buscando razões a agradecer. Passamos a enxergar as vivências improváveis, as transformações, os erros e as aparentes banalidades com outro olhar. Seriam aqueles motivos a registrar? A experiência tocou por dentro.
Agradecer tornou-se a forma singela de alegrar-se com pequenas porções que a vida oferta e aceitar que algumas dessas porções são amargas, mas nos ajudam a crescer. Suavemente, as emoções que incomodam ficaram mais brandas.
Testemunhar a delícia e o poder restaurador desse novo hábito foram um grande presente. Bem mais que reduzir as críticas, a vida tem se tornado mais simples e alegre. Já passam e muito dos 100 dias e nosso coração continua aquecido em busca de motivos a agradecer.
*Há uma década realizamos essa prática e ela tem colaborado para um olhar mais amplo e profundo sobre a vida. Experimente. É muito além da moda
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